Nossas Noites

 Delicado Ainda que Amargo

 

Extremamente delicado e sutil Nossas Noites (EUA, 2017), em se tratando de um trabalho que discorre sobre a velhice, confere ao espectador certa apreensão quanto a possibilidade de todo o bem-estar causado pelo desenvolvimento do romance surgido entre o casal protagonista – Jane Fonda e Robert Redford em perfeita sintonia – ser interrompido pelo eventual término da jornada de algum deles.


Neste sentido, a morte até mostra sua cara em ocasiões pontuais envolvendo outros personagens, contudo, não será ela a responsável por no futuro afastar aqueles dois seres apaixonados. A bem da verdade, é a própria vida com suas provações e imposições de sacrifícios que deflagrará para aqueles uma realidade de distanciamento que se por um lado cessa o pequeno paraíso que vinham experimentando, não é forte o bastante para lhes tornar estranhos um ao outro, contexto esse em que o carinho seguirá guardado e emanado ainda que de longe.

Por dispor de uma conclusão tão amarga e ao mesmo tempo verossímil  Nossas Noites deixa uma sensação de frustração que nada tem a ver com a qualidade do filme mas sim com as dificuldades, obstáculos e concessões que ora em atenção ao egoísmo alheio ora no afã de aplacar culpas adormecidas as pessoas são obrigadas a aceitar e a se conformar. Duro, porém real.

 

FICHA TÉCNICA

Título Original: Our Souls at Night

Direção: Ritesh Batra

Elenco: Jane Fonda, Robert Redford, Matthias Schoenaerts, Judy Greer, Bruce Dern, Iain Armitage, Phyllis Somerville

Produção: Robert Redford, Finola Dwyer, Erin Simms

Roteiro:Scott Neustadter, Michael H. Weber

Fotografia:Stephen Goldblatt

Trilha Sonora:Elliot Goldenthal

Estreia: 28/09/2017

Duração: 103 min.

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