Elon Não Acredita na Morte
Aquém
das Referências
Visivelmente inspirado por Filho de Saul (Hungria, 2015), o
nacional Elon Não Acredita na Morte (Brasil,
2016), tal qual o oscarizado filme, narra a trajetória de busca obstinada de um
homem por um ente querido, utilizando para tanto uma câmera posicionada quase
sempre às costas do personagem, na altura de sua nuca. Contudo, as semelhanças
param por aí, na medida em que se o somatório dessa narrativa com tal
fotografia já ameaça tornar cansativo aos olhos do público o celebrado trabalho
húngaro - risco esse amenizado pelas chocantes sequências de horror de guerra
inseridas no decorrer da jornada que agregam relevância a trama e,
consequentemente, ao longa-metragem -, a produção brasileira, por seu turno,
não galga resultado parecido, tendo em vista o enorme vazio que marca o
desenrolar da caminhada do personagem principal à procura de sua mulher, o que
torna o desenvolvimento do enredo arrastado e a experiência de assisti-lo um suplício.
Tal falta do que dizer e mostrar deixam a impressão de que o roteiro seria
melhor aproveitado caso ajustado ao formato de um curta-metragem, não sendo,
desta feita, as referências fílmicas do projeto¹ suficientes para salvá-lo.
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1.
Neste sentido,
cabe ainda citar os ecos de Gaspar Noé e seu Irreversível (França, 2002) percebidos, sobretudo, na sequência em
que o protagonista adentra num prostíbulo, dados os enquadramentos sufocantes
com predomínio de paleta de cores rubro-negra
FICHA TÉCNICA
Direção:
Ricardo Alves Jr.
Produção:
Ricardo Alves Jr., Thiago Macêdo Correia
Roteiro: Ricardo Alves Jr., Germano Melo, Diego Hoefel, João Salaviza
Elenco: Rômulo
Braga, Clara Choveaux, Lourenço Mutarelli, Grace Passô, Germano Melo
Fotografia: Matheus
Rocha
Estreia
Brasil: 27/04/2017
Duração: 76
min.
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