Elysium
Como
Será o Amanhã?
Distrito 9 e Elysium,
ambos filmes dirigidos e escritos por Neill Blomkamp, apresentam uma curiosa fusão da tradicional ficção científica com a estética da
favela mostrada pelo cinema brasileiro das últimas duas décadas. Neste passo, o
cineasta demonstra preocupação não apenas com a forma mas também com o conteúdo
ao aplicar doses generosas de discussões sociais, políticas e econômicas em
seus enredos, o que, consequentemente, garante a tais projetos uma posição
diferenciada no universo de mesmice que caracteriza o cinemão hollywoodiano.
Lamentavelmente, porém, o novo
trabalho de Blomkamp apresenta um outro lado da moeda
marcado pelo apelo a certos clichês do gênero, o que se explica em razão da
necessidade de retorno financeiro que uma produção vultosa como essa requer.
Semelhante problemática, aliás, fora também vista há poucos meses em Oblivion¹, uma obra, tal qual Elysium, de inconteste esmero visual
que, porém, frustra expectativas para além disso ao desperdiçar seu potencial
filosófico, hesitando, assim, em se assumir enquanto trabalho primordialmente
autoral, artístico.
Ressalte-se que os estúdios impõem
que seus títulos recorram a uma saraivada de tiros e explosões, romances impossíveis
e heróis que não titubeiam em dar a vida pelo resto da humanidade porque os
números das bilheterias e as pesquisas feitas nesse sentido atestam que o
sucesso de hoje requer a repetição de tais expedientes, daí que atualmente a
busca daqueles que querem dizer algo em Hollywood não se traduz mais na
rejeição das fórmulas de outrora e sim na mescla destas com algumas pitadas de
conotações pessoais e reflexivas, o que, convenhamos, não deixa de ser pouco em
se tratando de uma arte tão aberta a possibilidades, constatação essa que, em
última instância, acarreta a seguinte divagação: será que um dia veremos um
novo 2001? Responda quem puder.
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1. Leia mais sobre Oblivion em http://setimacritica.blogspot.com.br/2013/04/oblivion.html.
Ficha
Técnica
Direção e Roteiro: Neill Blomkamp
Produção: Simon Kinberg, Sue
Baden-Powell, Bill Block
Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Sharlto Copley, Alice
Braga, Wagner Moura, Diego Luna, William Fichtner
Estreia no Brasil: 20.09.2013 Estreia Mundial: 07.08.2013
Duração:
109 min.
Um dos piores filmes de 2013. Uma desastrosa ficção científica, onde Neill Blomkamp só mostrou ser o cineasta que ele sempre aparentou ser. Nem Wagner Moura me agradou.
ResponderExcluirObrigado pela participação!
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