Gauguin – Viagem ao Taiti


Aquém de Cassel


Enquanto estudo de um homem atingido pela pobreza Gauguin – Viagem ao Taiti (França, 2017) demonstra inegável eficiência; é uma pena, contudo, que dentre um vasto leque de opções narrativas esse seja o único viés da trama satisfatoriamente desenvolvido, resultado cuja causa advém da nítida intenção do diretor Edouard Deluc por se manter distante das emoções para, desse modo, não julgar o protagonista nem os atos moral e legalmente questionáveis por ele praticados. Por conseguinte, num cômputo geral, tem-se uma trama fria, incapaz de preencher a tela com a paixão avassaladora e tresloucada do artista cinebiografado pela mulher amada e pelas artes plásticas, saldo parco que, vale ressaltar, não faz jus ao desempenho de Vincent Cassel que, a despeito das deficiências do filme, se entrega por completo ao papel de um ser maltratado pelo tempo, pela miséria e pelas escolhas de vida duvidosas e, assim, brinda o público com uma das mais memoráveis performances de sua carreira.

Ficha Técnica

Título Original: Gauguin - Voyage de Tahiti

Direção: Edouard Deluc

Roteiro: Edouard Deluc, Etienne Comar, Raphaëlle Desplechin, Sarah Kaminsky, Thomas Lilti
Produção: Bruno Levy
Elenco: Cédric Eeckhout, Christian Richmond, Jean-Pierre Tchan, Malik Zidi, Marc Barbé, Marc Teriitaumihai, Noa Lucas, Paul Jeanson, Pernille Bergendorff, Ponirau Maiau, Pua-Taï Hikutini, Rainer Ley, Samuel Jouy, Sandrine Molaro, Scali Delpeyrat, Teiva Monoi, Tiare Hoata, Tuheï Adams, Victor Boulenger, Vincent Cassel
Fotografia: Pierre Cottereau
Trilha Sonora: Warren Ellis
Montagem: Guerric Catal
Duração: 102 min.

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