Bling Ring – A Gangue de Hollywood
Retrato
Geracional
Poder e fama carregam em seu bojo
consideráveis doses de deslumbramento e solidão. Recorrente na filmografia de
Sofia Coppola o tema fora analisado através de solitárias celebridades em Encontros e Desencontros (EUA/Japão, 2003)
e Um Lugar
Qualquer (EUA, 2010) e adolescentes fúteis e alienados em Maria Antonieta (França/EUA/Japão, 2007) e Bling Ring – A Gangue de Hollywood (EUA / Reino Unido / França / Alemanha / Japão, 2013). Este último título, frise-se, é o único dentre os citados no qual a cineasta demonstra certa frieza perante os personagens e o faz não por equívoco, mas sim para se adequar a forma gélida com que aqueles se relacionam com quem os rodeia. Se nas demais obras da diretora havia sempre um ou outro personagem atrás de redenção, em Bling Ring não há essa busca por parte de ninguém, afinal, tratam-se de pessoas cínicas e egoístas demais para se preocupar com isso, o que ilustra a mudança de comportamento de uma sociedade cada vez mais egocêntrica e interessada, no que tange os jovens, em imitar seus falsos e momentâneos ídolos.
Qualquer (EUA, 2010) e adolescentes fúteis e alienados em Maria Antonieta (França/EUA/Japão, 2007) e Bling Ring – A Gangue de Hollywood (EUA / Reino Unido / França / Alemanha / Japão, 2013). Este último título, frise-se, é o único dentre os citados no qual a cineasta demonstra certa frieza perante os personagens e o faz não por equívoco, mas sim para se adequar a forma gélida com que aqueles se relacionam com quem os rodeia. Se nas demais obras da diretora havia sempre um ou outro personagem atrás de redenção, em Bling Ring não há essa busca por parte de ninguém, afinal, tratam-se de pessoas cínicas e egoístas demais para se preocupar com isso, o que ilustra a mudança de comportamento de uma sociedade cada vez mais egocêntrica e interessada, no que tange os jovens, em imitar seus falsos e momentâneos ídolos.
Desta feita, Coppola, realiza uma
espécie de retrato geracional no qual aponta a forma irresponsável como vive
parcela da juventude norte-americana dedicada ao consumismo e a padrões
culturais deveras duvidosos. Portanto, o modo pouco simpático com que o
longa-metragem se comunica é correto na medida em que conectado a personalidade
dos personagens, revelando em última instância a maturidade de uma cineasta que
não se encanta com a faceta fora-da-lei dos seres por ela retratados, não
procurando, assim, amenizar a história com firulas narrativas. Aliás, tamanho é
o interesse de Coppola em se debruçar sem disfarces sobre os desvios de conduta
dos integrantes da gangue de Hollywood que um elemento resta ausente em seu
filme, qual seja a abordagem da absurda facilidade com que os ladrões invadiam
as mansões das milionárias figuras do show-business
americano.
Essa questão da (in)segurança
domiciliar seria fruto de exibicionismo ou mero desleixo daqueles que de tão
ricos se permitem não se preocupar com a porta da casa aberta? Seja qual for a
resposta, a mesma acaba agravada pela facilidade com que a privacidade das
pessoas é invadida pela Internet, como denota o modus operandi dos gatunos adolescentes. É uma pena, entretanto,
que a produção não se dedique também a esse viés da história, concentrando seus
esforços tão somente, como já dito, na compreensão do que leva aqueles jovens,
sem qualquer necessidade financeira, a se tornarem arrombadores e ladrões. E
que se dane os famosos que em nada zelam pela segurança de seu patrimônio.
FICHA TÉCNICA
Título Original: The Bling Ring
Direção e Roteiro Adaptado: Sofia Coppola
Elenco:
Katie Chang, Israel Broussard, Claire Julien, Emma Watson, Annie Fitzgerald,
Carlos Miranda, G. Mac Brown, Gavin Rossdale, Georgia Rock, Israel Broussard,
Janet Song, Leslie Mann, Lorenzo Hunt, Marc Coppola, Stacy Edwards, Taissa
Farmiga
Produção:
Roman Coppola, Sofia Coppola, Youree Henley
Fotografia:
Harris Savides
Estreia no Brasil: 16.08.13
Duração: 90 min.
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