Lucy
Há tempos Luc Besson não filmava
com presteza como o faz em Lucy (EUA/França,
2014). Neste sentido, a trajetória de sua protagonista até o momento em que
começa a sofrer os efeitos de uma droga nela inserida é contada com um vigor
estético semelhante aos bons tempos de O
Profissional (EUA/França, 1994). Para tanto, o cineasta se vale de planos
extremamente bem decupados e de uma edição inteligente na medida em que
intercala as sequências da ficção com cenas de teor documental. À exímia
condução do francês no que tange a violência a qual Lucy é submetida e o início
da caçada por ela deflagrada soma-se o carisma de Scarlett Johansson que
aproveita a experiência adquirida com os filmes da Marvel para ficar deveras a
vontade na pele da “Nikita do século 21”. Tais fatores, aliás, são de tal
eficiência que, na medida do possível, deixam o espectador tolerante face os
abusos do roteiro e a prejudicial semelhança das ideias e exageros de Besson
ante as tramas dos muito recentes Sem
Limites (EUA, 2011) e Transcendence (EUA, 2014). Dentro deste
contexto, os absurdos mostrados na tela inegavelmente incomodam e prejudicam o
todo, mas, até isso acontecer o público já fora fisgado, como dito, pela garra
da atriz e pela alegria de rever Besson em boa forma. Se, porém, nada disso for
suficiente para tornar aceitáveis os excessos do longa-metragem, uma derradeira
alternativa sobra para melhor aproveitar-se a sessão: encarar a obra como um prequel de Ela (EUA, 2013).
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1. ITIBERÊ, Suzana Uchôa. Revista Preview. Ano 6. ed. 59. São Paulo: Sampa, Agosto de 2014. p. 61.
FICHA TÉCNICA
Direção e Roteiro: Luc Besson
Produção: Virginie
Silla
Elenco: Scarlett
Johansson, Morgan Freeman, Analeigh Tipton, Amr
Waked, Min-sik Choi, Pilou Asbæk, Mason Lee, Claire Tran, Frédéric Chau
Duração: 89 min.
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