Jogos Vorazes: A Esperança – O Final
Final Decepcionante
“Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence), a guerreira adolescente que
subverteu a ordem [...] chegou a sua última batalha. É hora de atacar a
Capital, derrubar o Presidente Snow (Donald Sutherland), acabar com todas as
injustiças, vingar todos os jovens mortos eo longo dos 75 anos de Jogos Vorazes e fazer os campeões
esquecerem que, para vencer, eles também tiveram de se tornar assassinos”¹.
A empolgante
descrição acima resume tudo aquilo que Jogos
Vorazes: A Esperança – O Final (EUA, 2015) havia de mostrar. É uma pena,
porém, que tamanha expectativa positiva – aumentada em muito pelo espetacular
capítulo anterior – tenha sido frustrada pela entrega de uma obra que
interrompe o ritmo ascendente de qualidade da franquia, revelando-se, desta
feita, aquém de tudo o que fora antes realizado.
Neste
sentido, o longa-metragem padece da síndrome da conclusão chinfrim que volta e
meia assola, por exemplo, trilogias como Matrix
e Mad Max, patinando assim em
equívocos inacreditáveis como a transformação de sua instigante heroína em uma
personagem totalmente desinteressante, a despeito do talento da atriz que a
interpreta.
Jogos Vorazes:
A Esperança – O Final, aliás, é um trabalho de algumas poucas e isoladas
sequências boas de ação que não encontram semelhante padrão no restante do filme,
problema esse que deságua na manutenção de um ritmo deveras vagaroso que se funcionou
muitíssimo bem no volume antecedente aqui incomoda dada a maneira anticlimática
com que grandes problemáticas são resolvidas.
Dentro
deste contexto, a produção até tenta refletir sobre questões interessantes como
a rotineira forma com que ditaduras são derrubadas e substituídas por outros
governantes de semelhantes intenções que antes fingiam ter motivos nobres, o que
inclui questionamentos éticos sobre guerra e política que o blockbuster suscita mas reluta em se
aprofundar, preferindo, em contrapartida, conclusões rápidas e um tanto decepcionantes,
além de diálogos que forçosamente tentam, em vão, ser marcantes.
Por
certo, a finalização da saga de Katniss
Everdeen resultaria mais proveitosa e memorável caso feita ainda em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 (EUA, 2014) que, por
seu turno, poderia ser acrescido de outros 30 a 60 minutos para tanto. A atual
tática de extensão e divisão da conclusão de franquias cinematográficas em duas
partes, além de denotar uma sanha exacerbada pelo lucro, não raro se mostra um
tiro no pé como nesse caso ocorrera, haja vista que nítido resta o quão desnecessário
fora se valer de novos cento e trinta e sete minutos para uma conclusão que poderia
ser feita de maneira bem mais enxuta, concisa e eficiente.
___________________________
1. FORTUNATO, Ederli in Revista Preview.
Ano 7. ed. 74. São Paulo: Sampa, Novembro de 2015. p. 21.
Ficha Técnica
Título Original: The Hunger
Games: Mockingjay - Part 2
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Danny Strong, Peter Craig
Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Stanley Tucci, Julianne
Moore, Gwendoline Christie, Elden Henson, Elizabeth Banks, Evan Ross, Jeffrey
Wright, Jena Malone, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Mahershala Ali, Meta
Golding, Michelle Forbes, Natalie Dormer, Omid Abtahi, Patina Miller, Philip
Seymour Hoffman, Robert Knepper, Sam Claflin, Stef Dawson, Stephanie Tyler
Jones, Toby Jones, Wes Chatham, Willow Shields, Woody Harrelson
Produção:
Jon Kilik, Nina Jacobson
Fotografia: Jo Willems
Montagem: Alan Edward Bell, Mark Yoshikawa
Trilha
Sonora: James Newton Howard
Estreia Brasil: 19.11.15
Duração: 137 min.
Acontece que o livro é um pouco monótono, e eles realizaram uma ótima adaptação. É um filme um pouco chato e cansativo, mas apenas por seguir piamente o livro.
ResponderExcluirObrigado pela participação Thiago!
Excluir