La Vanité
Longa
Diferença
La Vanité (Suíça/França,
2015) representa
tudo aquilo que Uma Longa Queda (Alemanha/Reino
Unido, 2014) –
adaptação do livro homônimo de Nick Hornby – deveria ser. Em ambas as obras o
que se vê são as tentativas frustradas de pessoas abrirem mão de suas vidas
seja pela eutanásia seja pelo suicídio. O longa-metragem franco-suíço, neste passo, é
dotado de uma fina ironia tal qual o texto de Hornby; sarcástico, o filme faz piada
com a morte do início ao fim e quando percebe que pode resvalar em moralismo
trata de encerrar seus trabalhos, o que agrega força a uma de suas grandes
qualidades: a coesão. Focada num trio de personagens, interpretados por atores
em perfeita sintonia, a produção não perde tempo com gorduras desnecessárias,
como ocorre na adaptação cinematográfica de Uma
Longa Queda que acaba cedendo ao sentimentalismo como ferramenta de união
entre as histórias de vida de um núcleo maior de personagens.
Embora melancólico, o livro de Hornby é, como dito, irônico, um tanto
cínico até, qualidade, infelizmente ausente em sua versão fílmica, mas presente em La Vanité que ainda flerta com Alfred Hitchcock
em clara referência a Psicose (EUA, 1960), transitando, desta feita,
entre o drama, a comédia e o suspense sem dificuldade. Talvez seu término um tanto ligeiro possa incomodar
alguns, sensação que há de ser minimizada se lembrado for que seja qual for o
modo, a morte será a conclusão inescapável de todos. Entrar em pormenores desse
tipo tornaria o filme menos enxuto, resultado que La Vanité evita a todo custo e que Hornby provavelmente aprovaria.
FICHA TÉCNICA
Duração: 75 min.
Estreia: 18/05/2015 Estreia Brasil: 14/07/2016
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