Zumbilândia


Vampiros x Zumbis

Nos últimos anos os vampiros foram motivo de grande barulho em razão da febre teen gerada pela saga Crepúsculo – a qual, há de se convir, independentemente de sua duvidosa qualidade, logrou o êxito de atiçar o apetite das novas gerações pela leitura e pelo cinema. Contudo, aqueles que sem dúvida apresentaram melhor saldo no quesito valor-das-obras-produzidas foram os cools, mas asquerosos, zumbis, senão vejamos:
Os mortos-vivos despertaram a atenção das plateias mais novatas através da ligeiramente superestimada comédia Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead, Inglaterra, 2004), que, em virtude do satisfatório desempenho alcançado nas bilheterias e no mercado de home-video, abriu caminho para as realizações de bem-vindas franquias como a britânica Extermínio e a espanhola REC, além, é claro, da série The Walking Dead que assumiu a responsabilidade pela inclusão do tema na acirrada grade televisiva norte-americana.
Dentro deste contexto, uma produção se destacou pela forma exitosa com a qual utilizara o humor para ilustrar o assunto, qual seja o filme Zumbilândia (EUA, 2009). Dirigido por Ruben Fleischer o longa-metragem é conduzido com êxito através da tênue linha que separa o escracho do bom gosto. Fugindo, portanto, do formato terrir-podreira que, por exemplo, Robert Rodriguez adotara no exagerado Planeta Terror (Planet Terror, EUA, 2007) – Fleischer não deixa sua mão pesar para o lado trash que histórias de zumbis naturalmente fomentam, preferindo, na verdade, privilegiar o viés da sátira pop e cínica, para, desse modo, alcançar um resultado final ágil, engraçado e metalingüístico.
Somam-se a esse panorama as eficientes performances do elenco estrelado pela graciosa Emma Stone, pelo expert em papeis nerd Jesse Eisenberg e por Woody Harrelson que aqui interpreta um hilário exterminador de zumbis. Aliás, no que atine o casting, é impossível falar de Zumbilândia sem ressaltar a presença de Bill Murray que numa participação para lá de especial rouba o filme ao interpretar ninguém menos que... Bill Murray. Nesta toada, brincando com a veia cômica freada a partir de sua bem sucedida reinvenção como ator dramático, Murray aproveita para numa sequência deliciosa relembrar as caras e bocas de outrora ao se fantasiar como um zumbi deveras fake e azarado.
Em virtude desse peculiar conjunto, Zumbilândia garantiu o reconhecimento de público e crítica, além do aval dos estúdios para a produção de uma continuação que, inclusive, deverá chegar aos cinemas no modo 3D. Resta, assim, torcer para que o segundo volume não estrague nem manche a credibilidade desta primeira parte, tal como rotineiramente costuma acontecer em Hollywood.
Quanto aos vampiros, não há muito pelo que ansiar em relação a eles já que, pelo menos no âmbito da atual produção cinematográfica comercial, a abordagem novelesca do personagem passa imune por qualquer redenção. Por isso, assistamos, então, alguns zumbis serem trucidados.

FICHA TÉCNICA
Título Original: Zombieland
Diretor: Ruben Fleischer
Elenco: Woody Harrelson (Tallahassee)Hunter Aldridge (Best Man)Jacob G. Akins (Banjo Zombie)Jesse Eisenberg (Columbus)Ann Margaret Swindall (Featured Hero Zombie)Elle Alexander (Zombie Meter Maid)Amber Heard (406)Abigail Breslin (Little Rock)Emma Stone (Wichita)Derek Graf (Clown Zombie)Bill Murray
Duração: 88 min.
Estreia no Brasil: 29 de Janeiro de 2010

Comentários

LEIA TAMBÉM