Alexander Névsky
Técnicas  Atemporais 
Pouco antes do advento da II Guerra Mundial e em  meio a  crescente ameaça de invasão por parte da Alemanha nazista de  Hitler, o 
governo  soviético, na figura de seu ditador Joseph Stalin,  conclamou, outra  vez, Sergei Eisenstein a criar  uma obra cinematográfica marcada,  como  suas anteriores, por forte apelo popular e nacionalista. 
governo  soviético, na figura de seu ditador Joseph Stalin,  conclamou, outra  vez, Sergei Eisenstein a criar  uma obra cinematográfica marcada,  como  suas anteriores, por forte apelo popular e nacionalista. Em alusão ao período   histórico vivido, Eisenstein filmou a história do príncipe Alexander   Névsky, responsável, durante o século XVIII, pelo comando das forças   camponesas na batalha contra os invasores germânicos que - assim como   aconteceria séculos depois em Stalingrado - foram derrotados e expulsos   das terras russas.
Alexander  Névsky, neste sentido, sintetiza como o  patrocínio estatal na  carreira de S. Eisenstein colaborou tanto para o  seu ápice (como no caso  de O Encouraçado Potenkim) quanto para o  seu declínio (vide a  censura imposta pelo governo sobre Ivan, o  Terrível, o que  impediu durante anos a finalização da obra), eis  que a produção teve seu  lançamento nos cinemas prejudicado em virtude  da assinatura, em 1939,  do tratado de não-agressão firmado entre  Alemanha e União Soviética, de  forma que sua exibição só fora ocorrer  em todo o território soviético no  ano de 1941, quando Hitler, em  descumprimento aos termos do acordo,  invadiu a U.R.S.S.
Numa análise da durabilidade  ideológica da obra enquanto instrumento do cinema político soviético,  não há como deixar de reconhecer que o filme se  tornou deveras  datado, eis que seu ufanismo exacerbado acaba por contrastar  sobremaneira com guerras como as atuais cujos heróis e vilões são de tão  difícil distinção.
Entretanto, nem só de  ideologia nacionalista era composto o  cinema de Eisenstein, tanto que  atinda hoje as inovações técnicas que  incorporou à linguagem  cinematográfica são reverenciadas.  Neste  diapasão, o cineasta aproveitou o  fato da obra em comento ser seu  primeiro trabalho sonorizado para  –  de uma forma incomum para a época –  fazer amplo uso da trilha sonora com a sincronização de sons e imagens.
                      A montagem, por sua vez,  recebeu, como de praxe,  uma dedicação especial do diretor que, como em  produções anteriores, manejou abundantes fades e cortes secos  alternadores de planos gerais,  médios e closes, garantindo ao filme,  assim, um maior dinamismo de  seu ritmo. 
                     Dentro deste contexto, todo o frescor das  técnicas de Eisenstein  desemboca, no caso de Alexander Névsky, na  longa cena da batalha  travada entre russos e alemães, momento esse em  que é impossível deixar  de perceber como a obra do cineasta serve mesmo  hoje de referência para  produções atuais; afinal, como não lembrar,  por exemplo, de 300  (Zack Snyder, 2007) ao assistir esse filme  de 1938? 
É a arte em estado bruto de um criador cujas técnicas ultrapassam barreiras temporais.
 
COTAÇÃO: ☼☼☼☼
É a arte em estado bruto de um criador cujas técnicas ultrapassam barreiras temporais.
COTAÇÃO: ☼☼☼☼
Ficha Técnica
Direção: Dmitri  Vasilyev, Sergei M. Eisenstein
Roteiro: Pyotr  Pavlenko, Sergei M. Eisenstein
Elenco: Nikolai  Cherkasov , Lev Fenin , Ivan Lagutin , Sergei Blinnikov ,Vladimir Yershov 
Duração:   112 minutos



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